terça-feira, 27 de julho de 2010


O Projeto OSNEGÕES contra a Cultura do Racismo estará em 05 bairros de Salvador, no período de 22 de julho a 21 de agosto de 2010, com o firme propósito de fazer o debate e o investimento intelectual necessário para que uma importante fatia da juventude de Salvador, das localidades de Engenho Velho de Brotas, Garcia, Cosme de Farias, Vasco da Gama e Engenho Velho de Federação.

Para isso sua presença é importante neste debate, venha e participe.

Isenção Uneb - 27/07 a 01/08/2010

EDITAL Nº 042/2010
O Reitor da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), no uso de suas atribuições legais, estatutárias e regimentais, torna público a abertura das inscrições, no período de 27/07 a 1º/08/2010, para pedido de isenção do pagamento da Taxa de Inscrição no Processo Seletivo Vestibular 2011, nos termos, a saber:
1. DA SOLICITAÇÃO DE ISENÇÃO DA TAXA DE INSCRIÇÃO
1.1 Será concedida a isenção para o Processo Seletivo / Vestibular 2011, em número correspondente até 10% (dez por cento) do total de inscritos pagantes no Vestibular de 2010, distribuído proporcionalmente para todos os Campi da UNEB.
1.2 A isenção será concedida ao solicitante que atenda a um dos seguintes requisitos:
a) ter cursado o Ensino Médio completo, ou equivalente, na rede pública de ensino, do Estado da Bahia;
b) ter cursado as séries anteriores e esteja cursando a última série do Ensino Médio, em estabelecimento da rede pública de ensino do Estado da Bahia em 2010; e
c) estar cursando o Ensino Médio através de exames supletivos, ou curso equivalente, em estabelecimento da rede pública de ensino, do Estado da Bahia, e comprove aprovação, até a data do pedido de isenção, em Português e Matemática.
1.3 Para solicitar a isenção, o interessado deverá:
1.3.1 Requerer de 27/07 a 1º/08/2010, devendo para tanto:
a) Acessar a página www.vestibular.uneb.br, selecionar a opção ISENÇÃO, preencher cuidadosamente o Formulário de Isenção on-line, de acordo com as determinações deste Edital e as indicações constantes no próprio Formulário.
b) Imprimir o Boleto Bancário.
c) Efetuar o pagamento, no valor de R$ 5,00 (cinco reais), preferencialmente no Banco do Brasil até a data de vencimento. O Candidato deverá guardar o comprovante de pagamento. O pedido de isenção somente será efetivado após o pagamento da taxa.
1.4 Para preenchimento correto do Campo de Registro de Notas deverão ser obedecidas as seguintes instruções:
1.4.1 informar as notas obtidas nas disciplinas de Português e Matemática, nas séries integralmente cursadas no Ensino Médio ou equivalente.
1.4.2 as notas das disciplinas serão consideradas numa escala de zero a dez pontos.
• Na hipótese de não ser informada pelo Colégio/Escola a equivalência entre as escalas, as notas numéricas registradas no Histórico Escolar deverão ter seus valores convertidos proporcionalmente à escala adotada pela Escola como correspondente à nota 10,00 (escala da UNEB).
Ex.1: Numa escala de 0 a 100, a nota 45 deverá ser registrada como 4,50.
Ex.2: Numa escala de 0 a 40, a nota 25 deverá ser registrada como 6,25.
Ex.3: Numa escala de 0 a 5, a nota 3 deverá ser registrada como 6,00.
As notas registradas sob a forma de conceito serão convertidas na escala de zero a dez pontos de acordo com os seguintes critérios:
- Se a Escola informar a correspondência entre conceito e escala numérica diferente da de 0 a 10, serão considerados os valores numéricos informados pela Escola, aplicando-se a equivalência constante do subitem anterior.
- As notas registradas sob a forma de conceito, que traduzem um intervalo de pontos, serão consideradas pela média aritmética dos pontos extremos do intervalo.
Ex1: Um conceito DM (Desempenho Médio) ou outro equivalente, abrangendo um intervalo entre 5,00 (cinco) e 7,00 (sete) pontos, deverá ser considerado como nota 6,00 (seis).
Ex2: Um conceito Bom, ou outro equivalente, abrangendo um intervalo entre 80 (oitenta) e 90 (noventa) pontos, será considerado como média 85 (oitenta e cinco) e nota 8,50 (oito vírgula cinqüenta).
- Se a Escola não informar qualquer equivalência entre conceitos e pontos, valerá o seguinte, nas situações abaixo listadas:
a) A Escola adota um único conceito de aprovação (Aprovado ou outro equivalente), devendo ser registrado no campo Registro de Notas a nota 7,5 (resultado da média entre 5,0 e 10,0).
b) A Escola adota 2 Conceitos de aprovação, deverá ser registrado :
8,75 para o Conceito mais alto;
6,25 para o conceito mais baixo.
c) A Escola adota 3 Conceitos de aprovação, deverá ser registrado:
9,17 para o Conceito mais alto;
7,50 para o 2º Conceito;
5,83 para o Conceito mais baixo.
d) A Escola adota 4 Conceitos de aprovação, deverá ser registrado:
9,38 para o Conceito mais alto;
8,13 para o 2º Conceito;
6,88 para o 3º Conceito;
5,63 para o Conceito mais baixo..
e) A Escola adota 5 Conceitos de aprovação, deverá ser registrado:
9,38 para o Conceito mais alto;
8,50 para o 2º Conceito;
7,50 para o 3º Conceito;
6,50 para o 4º Conceito;
5,50 para o Conceito mais baixo.
1.5 Critérios de classificação
1.5.1 Havendo maior número de solicitante de isenção que o número de vagas disponibilizadas, o benefício será concedido prioritariamente ao solicitante que tenha obtido maior média aritmética nas disciplinas Português e Matemática, cursadas em todo o Ensino Médio, ou equivalente. Para os concluintes 2010, será considerada a média aritmética das mesmas disciplinas, nas séries iniciais do Ensino Médio ou equivalente.
1.5.2 A média aritmética de cada matéria e a média aritmética global serão calculadas, respectivamente com três e quatro decimais significativas, com base nas notas informadas pelo solicitante.
1.5.3 Havendo mais de um solicitante com a mesma média e permanecendo o número de solicitantes superior ao número de isenções a serem concedidas, o benefício será atribuído àquele que apresentar, sucessivamente, a maior média aritmética em Português e Matemática.
1.5.4 Permanecendo o empate, será concedida a isenção da taxa a todos os candidatos assim empatados.
1.6 É de inteira e exclusiva responsabilidade do solicitante o completo e correto preenchimento do Formulário de Isenção especialmente o campo Registro de Notas.
O solicitante perderá o direito à isenção e terá sua inscrição no Vestibular cancelada a qualquer tempo, além de outras implicações legais, nos casos de fraude ou falsidade das informações declaradas, inclusive no registro de notas divergentes às constantes no Histórico Escolar ou declaração apresentada.
1.7 A relação dos solicitantes selecionados para isenção será divulgada pela Internet, no endereço www.uneb.br e www.vestibular.uneb.br, até 16 de agosto de 2010.
1.8 Os candidatos selecionados deverão entregar nos dias 19, 20 e 23/08/2010 CÓPIA dos seguintes documentos, nos Departamentos do Interior para o qual está concorrendo à vaga de isenção e na Comissão Permanente de Vestibular, situada na Rua Silveira Martins, 2555, Cabula – Salvador, se concorrendo à vaga da Capital.
a) Documento de Identidade, que esteja em bom estado de conservação, expedido pela Secretaria de Segurança Pública (RG), Forças Armadas, Polícia Militar, ou por outros órgãos autorizados por Lei, contendo impressão digital do portador e fotografia atual. Não serão aceitos, entre outros, Carteira de Habilitação (Motorista), Carteira de Trabalho ou Passaporte.
b) Histórico Escolar ou documento equivalente, em papel timbrado, com carimbo contendo o nome por extenso e assinatura do diretor do estabelecimento ou do seu substituto legal. O Histórico Escolar, ou documento equivalente será analisado e os dados nele contidos serão comparados com as declarações do Formulário de Isenção, especialmente no que se refere ao Registro de Notas.
1.9 Perderá o direito à isenção, o candidato selecionado que:
a) deixar de atender às exigências estabelecidas neste Edital;
b) seja portador de diploma de nível superior;
c) estiver matriculado em qualquer instituição de nível superior; e
d) tenha sido beneficiado com a isenção no Processo Seletivo Vestibular 2010.
1.10 A relação das isenções concedidas será divulgada até o dia 30/08/2010, na sede dos Departamentos (Interior), Campus I (Salvador) e na Internet.
1.11 A concessão da isenção não significa inscrição automática no Vestibular, devendo o candidato isento efetivar sua inscrição no Vestibular 2011, no período a ser divulgado, através do site www.vestibular.uneb.br, usando seu CÓDIGO
gerado na isenção. A não efetivação da inscrição excluirá o candidato isento do Processo Seletivo Vestibular/2011.
1.12 Os candidatos beneficiados com a isenção estarão dispensados do pagamento da taxa de inscrição no Vestibular 2011. Os candidatos que solicitarem isenção, mas não forem beneficiados poderão descontar R$ 5,00 (cinco reais) do valor da taxa de inscrição do vestibular.
2. OS CASOS OMISSOS SERÃO RESOLVIDOS PELA COMISSÃO PERMANENTE DO VESTIBULAR – COPEVE, situada na Rua Silveira Martins, 2555, Cabula – Salvador / Bahia, CEP 41195001, Telefax.: 0800-0713000, e-mail vestibular@listas.uneb.br, endereço eletrônico: www.vestibular.uneb.br. GABINETE DA REITORIA, 12 de julho 2010.
Lourisvaldo Valentim da Silva
Reitor

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Bikodisse Entrevista: Sueli Santana




Biko Disse: “Racismo e capitalismo são faces da mesma moeda”.


Para este Bikodisse, conversamos com Sueli Santana que conta-nos um pouco sobre sua trajetória. Em 2002 iniciou graduação em Letras, e desde os primeiros semestres do curso ministra aulas no nosso pré-vestibular. Também contribuiu com outros projetos da Biko: Oguntec, Consórcio Social da Juventude e Juventude Cidadã.
Ela foi uma das Jovens Lideranças que reinvindicou a isenção da taxa de inscrição na UFBA, em 2001. Batalha da qual saímos vitorios@s. Nestes dez anos, a falta de recurso para custear a inscrição no vestibular deixou de ser o principal motivo para que cerca de 71 mil candidatos pudessem concretizar o sonho de ingressar numa universidade pública




Bikodisse: Você participou da mobilização em prol da isenção da taxa de inscrição no vestibular da Ufba no mês de agosto de 2001. Como se deu essa mobilização?


Sueli Santana: Sim, participei. Formamos grupo de estudo com 12 componentes que se reuniam todas as tardes. A nossa estratégia era que cada membro ministrasse aulas de uma matéria a qual não tivesse muita afinidade, era uma forma de estudarmos o que não gostávamos, e isso deu certo.

Quando estava próximo das inscrições dos vestibulares, Eduardo conseguiu isenção na Universidade de Feira de Santana, e a UFBA (Universidade Federal da Bahia) havia aberto as inscrições para o vestibular, mas apenas eu e outras três pessoas possuíamos condições de pagar a quantia de R$ 75,00 reais pela inscrição. Debatemos o assunto e no final da aula à tarde perguntei: - Porque não entramos na justiça para obtermos a isenção?

Mobilizamo-nos, procuramos Silvio Humberto, que logo nos auxiliou em tudo o que precisávamos, e recorremos a outros Quilombos educacionais. Obtivemos pouca ajuda por parte das escolas públicas, pois essas estavam mais preocupadas com a festa do dia do estudante. Com o Colégio Central não foi diferente, o representante do Grêmio disse que era um momento inoportuno.

Com toda dificuldade fizemos a passeata e entramos com uma ação na justiça com a então representante do Ministério Público Federal, Dr.ª Geisa Rodrigues. No dia 15/08/2001, último dia de inscrição, a UFBA teve que prorrogar e abrir isenção para os estudantes.



Bikodisse: Como você conheceu o Instituto Steve Biko e como foi seu ingresso no Pré-vestibular do Instituto?


Sueli Santana: Eu conheci através de uma amiga. Não tinha muitas referências, mas fui até o Instituto em 2000 e as inscrições já haviam sido encerradas. Fiquei ligando o ano inteiro até quando abriram as inscrições e participei do processo seletivo. Na época em que estudei no pré-vestibular Steve Biko, as aulas ainda eram ministradas na Rua Chile, no EBEP.



Bikodisse: Quais estratégias utilizadas para a sua aprovação no vestibular? Enfrentou dificuldades?


Sueli Santana: Sim, muitas dificuldades. Sem o apoio da família, precisei trabalhar, ganhava pouco e, ainda assim contribuía com o sustento da casa.

A rotina da minha casa não foi modificada porque eu precisava estudar, o espaço era muito pequeno, a TV e o rádio estavam sempre ligados, ainda que eu estivesse estudando. Procurei alternativas para estudar, acordava mais cedo, lia até a hora de ir para o trabalho, eu dormia mais tarde, (quando dava) pois morava em Cajazeiras e as aulas no EBEP terminavam às 22:30 horas, chegava em casa quase sempre às 00:30 horas. Outras alternativas eram a Biblioteca Central e a casa de amigos; George, Marister e Eduardo, que tiveram papeis importantes naquele momento de minha vida. Aprendi muito com eles. Agradeço Também a Biko pelo espaço cedido para que nosso grupo (formado por estudantes do instituto) pudesse se reunir todos os dias à tarde.




Bikodisse: Quais fatores lhe influenciaram na escolha do curso de letras ? Após a graduação você fez curso de especialização. Conte-nos um pouco sobre sua linha de pesquisa.


Sueli Santana: O meu curso de ensino médio (antigo segundo grau) foi técnico em Magistério. Sempre gostei de sala de aula, e Literatura é minha grande paixão, fiz a escolha certa.

Sou especialista em História Social e Cultura Afro, e o meu trabalho de conclusão do curso fala sobre os textos canonizados que são escolhidos pela UFBA, para os vestibulares. O meu trabalho está centralizado em As vitimas Algozes, Lucinda a mucama, marginalização da imagem da mulher negra canonizada pelo vestibular. Como pode um texto como este, tão forte no sentido de diminuir a imagem da mulher negra, não ter outro que confronte a ideia do autor racista?




Bikodisse: Qual importância do CCN (Cidadania e Consciência Negra) na sua formação política e cidadã?


Sueli Santana: Muita. Acho que o CCN é a alma da Biko, como a maioria dos baianos eu cresci sendo discriminada e achando isso normal por conta da sutileza que o racismo traz. Após a Biko, isso para mim ficou muito evidente. Não permito que passe absolutamente nada.

Esses projetos foram importantes e a troca de experiência com os alunos contribuiu para o meu amadurecimento profissional. Sou fiel a Biko, e vou contribuir com a instituição sempre que for solicitada. O público da Biko é aquele que você vai dar aulas por prazer e não pela obrigação ou remuneração. Acredito que o projeto da faculdade precisa chegar aos professores da Biko, chegar no sentido de sermos parte desse processo, eu ainda vejo o pré-vestibular fragmentado e muito longe de nós (professores do pré-vestibular ou Oguntec). Para a faculdade acho que ainda está faltando alguma coisa.




Bikodisse: Além dessas aulas, sua atuação na Biko também se deu através das aulas de CCN que você ministrou nos projetos Oguntec e Juventude Cidadã. O que pode nos contar sobre a Sueli aluna em 2001 e sobre a Sueli militante do movimento negro e professora de CCN?


Sueli Santana: A aluna foi um despertar, a Biko precisava acontecer na minha vida. As minhas aulas são direcionadas às questões raciais, o CCN está presente em minhas aulas de Literatura, Gramática ou Redação e sei que isso é um diferencial por onde passo.




Bikodisse: Qual sua opinião sobre a aprovação do estatuto da igualdade racial?


Sueli Santana: Eu acho que a maior tragédia que poderia acontecer com o Movimento negro no Brasil foi à ascensão do partido de esquerda ao poder. Tenha certeza que se não fosse Lula o presidente do país, esse vergonhoso estatuto não teria uma aceitação tão grande. O Brasil vive um entusiasmo de esquerda que atinge também os intelectuais negros, muitos desses são aliados dos partidos de esquerda e às vezes colocam interesses individuais acima do coletivo. Acho que o estatuto passou barato.

O que realmente ganhamos? Eu acho que nada. Porque perdemos os 10% de negros nas programações, as cotas nas universidades também, apenas o reconhecimento terras quilombolas? Isso qualquer bom promotor público garantia. Não vi nada de bom, esse estatuto é vergonhoso. Observe a Bahia após a ascensão do PT, não se ouve mais falar em manifestações do movimento negro, como havia nos governos passados. Parece que estamos na mais perfeita paz, os cargos de confiança têm funcionado como um “cala boca” e não há mais enfrentamentos contra as desigualdades para com os negros dessa cidade.




Bikodisse: E sobre a implementação da lei Maria da Penha? Podemos considerar que essa lei traz avanços significativos na prevenção e punição de crimes contra as mulheres?


Sueli Santana: A lei, como todas no Brasil, é perfeita no papel, mas precisamos cobrar as ações desta, pois sabemos que o fato dela estar em vigor não diminuiu as agressões às mulheres, pelo contrário, houve um aumento de 25% de 2009 a maio de 2010, isso prova que é preciso não apenas punir, mas educar melhor os nossos homens, que ainda acham que mulher é posse e que na hora que quiserem podem bater, matar e ficar impunes.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Diretora da Spelman visita a sede da Biko


Hoje, 22 de julho, recebemos a visita da Profª Alma Jean Billingslea, diretora da Spelman College e do diretor do Intercâmbio Brasil Cultural (Exchanging Brazil Cultural), Javier Escudero. Segundo eles, o objetivo da visita era apresentar o Instituto para a professora, uma vez que Javier já havia visitado a Biko em outro momento.

Alma contou-nos sobre a Spelman, onde leciona Literatura Africana e é diretora do “African Diáspora & The Woerld (ADW)”. Em conversa com estudantes do Oguntec, apresentou a possibilidade de apoio para intercambio para noss@s bikudas. A Spelman é uma tradicional faculdade dos EUA que atende preferencialmente as mulheres negras.

O Nucom (Núcleo de Comunicação da Biko) intermediou a visita, e no final desta, houve um momento interativo com o grupo do Projeto Oguntec fez perguntas para a professora.



Projeto Oguntec visita exposição no MAM

O Oguntec (projeto educacional de fomento à ciência e tecnologia para jovens de escolas públicas) realizou no dia nove de julho sua quarta atividade extra-classe denominada acesso a bens culturais.

Visitamos o Museu de Artes Modernas da Bahia (MAM), @s Bikud@s conheceram a exposição fotográfica – “Luanda, suave e frenética 2” de curadoria de Fernando Alvim. A exposição reúne obras de artistas angolanos numa perspectiva contemporânea e plural, que demonstra Luanda (capital da Angola) em suas sucessivas fases de transformações.


VII Festival da Biko - Confira programação - 30 e 31 de julho


Como tod@ jovem de dezoito anos, a Biko pretende reunir seus amigos (colaboradores e estudantes) para comemorar mais um aniversário. Nos dias 30 e 31 de julho realizaremos o VII Festival de Arte, Cultura e Ciência.



Confira a Programação para os dois dias do evento.

30 de Julho - Sexta-feira

Abertura - Seminário: 18 anos de Cidadania e Consciência Negra: Transgredindo Espaços; Transformando Realidades.

Local: Auditório da Biblioteca Pública do Estado da Bahia - Barris

Horário: 18 horas

Compondo a Mesa do Seminário:

*Ceres Santos
*Geri Augusto
*Edenice Santana
*Talentos Bikud@s

31 de Julho - Sábado

Local: Praça Tereza Batista - Pelourinho

Horário: 16 horas

*Talentos Bikudos
*Os Negões
*DJ Sankofa
*RBF
*Afro Jhow
*Didá
*Aloísio Menezes
*Juliana Ribeiro
*Grupo Aro 7
*Lazzo Matumbi

Venha comemorar com a gente! Você faz parte desta festa.

Cabaré da RRRRRaça - Acesso a Bens Culturais



Na terceira atividade do “Acesso a bens culturais” do Pré-vestibular Steve Biko 2010, @s alun@s tiveram a oportunidade de assistir ao espetáculo teatral – Cabaré da rrrrraça, no dia dezoito de julho no teatro Villa Velha.

A Peça didático-interativa reúne humor com reflexões relacionadas ao racismo, preconceito e ester

eótipos vivenciados pela população negra. Temas discutidos na imprescindível disciplina do curso – CCN (Cidadania e Consciência Negra) do nosso pré-vestibular.

Confira a programação do final de semana passado e aproveite para assistir os três últimos dias desta temporada (23 a 25/07):




domingo, 11 de julho de 2010

Bikurtas: Ceres Santos é a nova coordenadora do Ceafro

No dia 08 de julho, a Biko parabenizou a jornalista e mestre em educação Céres Santos ao assumir a coordenação do Ceafro-CEAO-UFBA.

A cerimônia de posse contou com a participação da ex-coordenadora Vilma Reis, o reitor da Universidade Federal da Bahia Naomar de Almeida, o deputado federal Luiz Alberto, Iaorixás, Babalorixás, representantes do movimento negro e outros.

A nova coordenadora salientou a importância do CEAFRO no enfrentamento das desigualdades raciais e de gênero. Enfatizou a substancial participação de toda comunidade negra, e isto pode ser comprovado com a implantação de um conselho consultivo formado por diversos representantes de vários segmentos do movimento negro (cultural, político,religioso,etc.).

Parabéns Ceres Santos !!!!

Para conferir entrevista com Ceres acesse o site do Correio Nagô: http://correionago.ning.com/profiles/blogs/entrevista-com-ceres-santos

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Bikodisse Entrevista: Carla Akotirene

Biko Disse: “O gesto de violência de um adulto não merece o sorriso de uma criança”


Para esse número da Bikodisse poderíamos dispensar essa introdução. Primeiro, por que a nossa bikuda é conhecida por muitos. Segundo, por que ela tem respostas precisas, diretas e sem rodeios consegue mandar o “papo reto”.
Essa jovem liderança negra e feminista, representa muito bem o que a nossa história conta sobre o nome político adotado por ela. Quem a vê tem a imagem de uma mulher forte e guerreira. Quem a conhece tem certeza disso!
E para quem ainda não sabe quem é Carla Akotirene, deixamos que ela mesma faça a sua apresentação:



Bikodisse: Quando e por que você resolveu adotar “Akotirene” como parte do seu nome e qual importância dessa grande heroína ?

Carla Akotirene:
Adotei Akotirene como meu nome político em 2004, na primeira turma do Projeto POMPA (Mentes e Portas Abertas – Instituto Steve Biko). Naquele momento, muito mais que uma formação política, obtive com a Makota Valdina, a oportunidade de resgatar a minha ancestralidade e cosmovisão africana. Nessa (re) desconstrução identitária também passei a ser acompanhada mais de perto pela Srª Valdina e percebi o erro que eu e minha família cometemos ao abandonar o candomblé e nos converter à Igreja Universal. Foi neste contexto de “asè”(axé), resistência e sabedoria que passei a ser Akotirene e a me esforçar para parecer com esta grande mentora intelectual da organização quilombola.


Bikodisse:
Como você conheceu o Instituto Steve Biko? Enfrentou alguma (s) dificuldade (s) para cursar o pré-vestibular? Qual (is)?


Carla Akotirene:
Conheci o Instituto Steve Biko em 2003, recomendada pelo ator Jorge Washington, que presenciou uma situação em que fui reduzida ao estereótipo de mulher “gostosa” sem ter nenhuma condição ideológica ou intelectual de responder às duras ofensas destinadas por uma professora em um ensaio do Ilê Aiye. Jorge me alertou da necessidade de uma formação política na Biko, caso contrário, rotineiramente, as pessoas me abreviariam como uma “negra formosa” e nada mais. Fiz a seleção para o Pré-Vestibular, durante a entrevista discordei da existência do racismo no Brasil, das ações afirmativas e de uma série de reivindicações legítimas do movimento negro. Tanto Valdo Lumumba como Marcos Alessandro, entrevistadores e professores do CCN daquela época, me explicaram posteriormente que a minha aprovação se deu por conta da coragem em defender incondicionalmente um ponto de vista, mesmo que equivocado. Portanto, segundo eles após uma formação política, nenhum interesse antagônico ao que clama o povo negro, poderia me encantar ou fazer retroceder. A única dificuldade foi de ordem material, visto que não pude contribuir com as parcelas simbólicas da manutenção do curso, e também porque não possuía recursos para deslocamento, tendo, portanto, que caminhar diariamente da Caixa D’água até a Rua Chile, e em algumas oportunidades sofrer tentativas de violência sexual, pois as aulas terminavam às 22h e começavam às 7h e ocasionalmente nos domingos. De algumas lembranças dessa natureza, a que me chama mais atenção, é o fato de, meu irmão Sandrinho, que mais tarde também veio a ser aluno da Biko, pressentir, certa vez, que algo ruim ocorreria no meu trajeto, e quando o motoqueiro que constantemente me perseguia na Ladeira do Instituto dos Cegos, preparou-se para o estupro, meu irmão apareceu e entrou em luta corporal com ele, pois havia me seguido neste dia.


Bikodisse: É verdade que você já foi cordeira durante o carnaval da Cidade de Salvador? Conte-nos um pouco dessa experiência.


Carla Akotirene:É verdade. Após terminar meu curso técnico em Patologia Clinica em 1998, resolvi não acompanhar totalmente a minha mãe nas “vendagens” do carnaval daquele ano, mas sim trabalhar de outra forma nesta Festa para poder ajudá-la. Apareceram duas oportunidades, as quais aceitei: trabalhar como cordeira do Ilê Aiyê e de segurança no Alô Inter. Bem, não gostei de ambas as experiências, sobretudo, porque a condição de ser cordeira me fez sentir um pedaço de carne barata,todo mundo passava a mão, a polícia batia e os associados reclamavam do serviço. O que somente importava era beleza e a alegria dos negros (as) que desfilavam, e não as violências vivenciadas por nós que estávamos trabalhando nas cordas. Ali eu vi, mas não fui vista. Mesmo assim foi mais gratificante estar entre os meus,me senti orgulhosa por parecer com eles, a ter àquela experiência de estar nos meio dos brancos, ser diferenciada racialmente e convidada para outros tipos de serviços.


Bikodisse: Quais fatores lhe influenciaram na escolha do curso Serviço Social?


Carla Akotirene:As Mulheres Negras que se destacam no cenário político por Igualdade Racial, como Benedita da Silva, Matilde Ribeiro, Márcia Brow, Carmem Flores, Valdeluce Nascimento, dentre outras que fazem um “Outro Serviço Social para o Povo Negro”.


Bikodisse:Você foi uma das 21 jovens lideranças da primeira turma do POMPA (Projeto Mente e Portas Abertas) da Biko. Qual importância do POMPA para sua formação política?


Carla Akotirene:O POMPA fez de mim uma liderança política. Proporcionou-me criticidade, crença em sonhos coletivos, estabelecimento de meta profissional, despertou em mim a ideia de criação do NUMAR- Núcleo de Estudantes Negras da UCSAL Matilde Ribeiro. Por último, criou em mim um senso de lealdade incondicional ao Povo Negro e a um projeto societário que conceba não apenas uma igualdade racial, mas uma reparação, para além das conjunturas do massacre imposto a nossa africanidade. Após a formação do Pompa, aonde quer que eu vá, levo comigo um olhar negro e mal humorado frente ao racismo e suas facetas coloniais. .


Bikodisse: Quando cursava Serviço Social na UCSAL (Universidade Católica do Salvador) você foi uma das fundadoras do NUMAR. Quais as principais ações desenvolvidas pelo NUMAR?


Carla Akotirene:
Nesta pergunta, irei repetir o que falei em 2005, momento em que eu, Gilmara Oliveira, Magna Santos, Ana Cristina Jesus e Jaqueline Silva, alunas egressas da Biko, fundamos o NUMAR. Nós procurávamos dar visibilidade ao debate de gênero e etnia no curso de Seviço Social e por conseqüência, o entendimento da Academia sobre a viabilidade de políticas públicas compensatórias, não só pelo perfil de maioria negra das graduandas, mas principalmente pelo perfil da população usuária, geralmente assistidas pelas/os profissionais da área; atuávamos na reformulação curricular do Curso de Serviço Social na teoria e na prática, através de uma rede de interação permanente, onde Universidade e Movimento Social – Comunidades, juntos pudessem alterar a postura do Serviço Social frente às demandas das populações historicamente discriminadas, pois o que não é mais aceitável é incorrer no equívoco de que “a questão é só de classe” e que por méritos próprios seja possível se chegar ao sucesso profissional e pessoal. Isso seria deletar da história da formação da sociedade brasileira, o que representou o escravismo para as populações não-negras, formadoras de um Estado Elitista, rico e racista.


Bikodisse: Desde 2007 você faz parte da coordenação do FONAJUNE (Fórum Nacional de Juventude Negra). Como se deu sua entrada nesse Fórum ? Quais as principais conquistas e quais as próximas ações?


Carla Akotirene:O Fórum Nacional de Juventude Negra é um desdobramento político do ENJUNE-Encontro Nacional de Juventude Negra, em que fui eleita delegada da Bahia no eixo Gênero. A proposta do Fórum é aglutinar as variadas expressões de juventude, e exigir do Poder Público a reversão das propostas que foram formuladas pela juventude negra brasileira durante o ENJUNE, em políticas públicas. Com efeito, na 1ª Conferencia Nacional de Juventude conseguimos eleger o relatório do ENJUNE como primeira prioridade do governo. Aderimos à coordenação nacional do Congresso Nacional de Negras e Negros, compomos o Conselho Estadual e Nacional de Juventude, participamos de pautas internacionais pelos direitos da Juventude, inclusive dos mecanismos civis para substanciar o acordo bilateral entre Brasil e EUA para eliminação da discriminação racial. Consolidamos uma parceria com o Instituto Steve Biko e Fundação Kellog através da Campanha Nacional contra o Extermínio da Juventude e Fundo Manoel Faustino de Apoio às Organizações Juvenis Negras. A nossa próxima ação é desenvolver uma campanha contra o Femicidio de Jovens e alocar forças para a realização do 2º ENJUNE.


Bikodisse:
Recentemente você ingressou no mestrado na UFBA. Já é possível nos contar um pouco sobre sua linha de pesquisa?


Carla Akotirene:
Faço mestrado no PPGNEIM. Minha linha de pesquisa é racismo e sexismo nas instituições prisionais femininas. Vou aprofundar um estudo que havia iniciado durante a graduação,quando constatei que o racismo e sexismo são tecnologias de poder tão potentes a ponto de permear o espaço prisional, no qual teoricamente, mulheres brancas e negras deveriam estar em condição de igualdade, dado o comportamento delituoso. Institucionalmente, existe a visão de que as mulheres brancas antes de serem criminosas são brancas e isso é um capital para elas dentro da instituição; as mulheres negras são criminosas exatamente porque não são brancas, por isso são mais vigiadas, punidas e desperdiçadas pelo sistema produtivo dentro da prisão, consequentemente da remissão de pena, anuladas pela educação, saúde, sexo-afetividade e outros direitos, logo fadadas ao fracasso social.


Bikodisse:
Em sua atuação no FONAJUNE uma das principais ações é o combate ao extermínio da juventude negra. Faltam políticas públicas nessa área? O que você sugere?


Carla Akotirene:O problema é que temos um modelo de Estado que é letal, cuja principal missão ideológica é a matança e encarceramento desenfreado dos jovens, negros e pobres como forma de regular as relações sociais conflitivas depositadas pelos mesmos no cenário de desigualdade social. Não há efetivas políticas públicas, o que existem são ações fragmentadas e inoperantes, que tendem apenas a estigmatizar os espaços urbanos de maioria negra e categorizar como criminosas todas as alternativas de sobrevivência social desenvolvidas pelos seus membros. Este genocídio da juventude negra só irá terminar quando o Estado e os governos se empenharem em políticas preventivas e não essencialmente de confronto e repressão aos nossos corpos negros, numa postura racista e genocida.


Bikodisse: A Lei Maria da Penha traz avanços no combate e punição à violência contra as mulheres? Qual a sua opinião sobre a forma como a lei está sendo implementada?


Carla Akotirene:
A Lei Maria da Penha é uma grande conquista das mulheres deste País, uma brilhante reivindicação feminista, que infelizmente se esbarra na cultura patriarcal, que tem feito os agentes do Direito Penal manusear o texto deste instrumento jurídico, num viés de protecionismo machista, haja vista que os juízes, magistrados e demais setores conservadores, não têm conhecimento de gênero necessário para interpretar e sentenciar com rigor os casos de Violência contra a Mulher.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

VII Festival de Arte, Cultura e Ciência








Uma das marcas da Biko é a sua força mobilizadora: a capacidade de integrar, motivar, mexer e orgulhar a gente negra. Assim, nos próximos dias 30 e 31 de Julho de 2010, realizaremos o VII Festival de Arte, Cultura e Ciência, com o propósito de discutir o ambiente cultural, artístico e cientifico em que vivemos, intercambiando com a preparação dos estudantes para o vestibular; valendo-se, para tanto, das ferramentas lúdicas (teatro, música, artes plásticas, literatura, dança, etc).

Em sua sétima edição, trazendo como tema: dezoito anos de Cidadania e Consciência Negra, o Festival da Biko traz como importância a construção de um espaço educacional em que seja possível o resgate da ancestralidade, a discussão da participação do negro na construção da sociedade e a importância do resgate da autoestima negra.

Neste contexto, a Arte, a Cultura e a Ciência tornam-se instrumentos pedagógicos valiosos, facilitadores de aprendizagem, visto que, permitem abordar diversas variáveis do contexto educacional, além de estimular a espontaneidade, habilitando o indivíduo a criar continuamente, a agir e reagir com coerência e flexibilidade, possibilita-o a avaliar e estar atento às alternativas, a organizar novos códigos, interpretar a realidade e encontrar forças convergentes para transformá-la.

Em breve estaremos divulgando a programação para os dois dias do Festival, fiquem atentos às postagens aqui no Blog da Biko e em seus e-mails. Se você não recebe as informações sobre a Biko por e-mail, mas gostaria de recebê-las, envie uma mensagem para: adm@stevebiko.org.br, com o título "Mailling".

Lembrando que o Festival da Biko tem ENTRADA FRANCA, contamos com a presença de tod@s!