quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Bikodisse Entrevista: Lamartine Silva



1.      Fale-nos um pouco sobre sua atuação política.

Sou Lamartine Silva, 43 anos, membro do curso Kwetu, militante negro da organização de hip hop Favelafro do Maranhão, sempre participei de formações e seminários ligados a questão racial no Brasil, Itália, Bélgica, França e São Tomé e Príncipe, cursei até o ensino médio.

2.     Antes de ingressar no Instituto Steve Biko você já havia participado de outro grupo ou ONG? Quais? De que forma?
                                        
Sou fundador do Movimento Hip Hop no estado do Maranhão, a organização que ajudei a fundar foi o Quilombo Urbano, depois saí dessa organização e fundamos a organização Favelafro, onde ajudamos no processo de formação de uma organização nacional de hip hop que se chamava Mhhob (Movimento Hip Hop Organizado Brasileiro). Fui Conselheiro Nacional de Juventude representando o hip hop, em especifico essa organização, e fui também Conselheiro Nacional de Cultura , representando o povo afro




3.      Como é o seu relacionamento com a Biko? O que faz atualmente no ICSB?

Minha relação com a Steve Biko se deu da forma mais harmoniosa possível, respeitando a disciplina colocada pro processo de aprendizado Kwetu, onde todas as palestras e conversas sobre negritude elevou a autoestima e qualificou nossa militância.

4.  Na sua opinião, qual a importância do acesso da população negra ao ensino superior?

Entendo o espaço da universidade como importante na perspectiva de empoderamento, ocupar e enegrecer a academia.



5.  O Instituto Steve Biko tem a visão de constituir-se numa Instituição de Ensino Superior (IES). Como você se vê nesse processo?

Me considero um colaborador nato da Steve Biko, estou disposto a contribuir nesse processo, de alguma forma, e esse deve ser o caminho uma universidade preta.

6.   Qual a importância das aulas do Programa Kwetu na sua formação e atuação enquanto liderança negra? Podemos notar alguma diferença na sua atuação? De que forma?

O curso se torna importante na minha atuação pelo conteúdo rico e diverso que possui, com essa grade curricular minha militância ficou mais qualificada, com uma visão mais estratégica de desafios, que aparecem na vida dos militantes negros do nordeste, graças ao curso a minha militância tem hoje um leque grande no processo de vencer desafios, superar barreiras.

7. Quais os principais desafios que o Movimento Hip Hop enfrenta atualmente no Brasil? Como superar esses desafios?

Movimento hip hop brasileiro, como desafio maior, considero ser um movimento forte politicamente e culturalmente, até por que uma coisa não impede a outra, a superação desses desafios se dar a partir, de entendermos que é necessário existirem produtores negros donos de seus produtos gerados pelo hip hop, assim como o Movimento entender que as organizações políticas de movimentos hip hop devem também priorizar o empoderamento das mesma sem claro esquecer a questão racial.



8.  Como você vê a representatividade da população negra na política e quais estratégias serão necessárias para uma maior representatividade?

O Movimento Negro, tem que entender que devemos enegrecer o parlamento a partir de uma construção coletiva de projetos políticos negros, pois somos a minoria nos espaços legislativo, as leis saem desses espaços, várias conquistas deixam de ter êxito em função de nossa insignificante participação como legislador ou legisladora, não é o único caminho mais devemos sim ocupar esses espaços.

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Entrevista: Nucom - Núcleo de Comunicaçao do Instituto Steve Biko

Um comentário:

  1. Parabéns Lama, ótima entrevista.
    Grande abraço e prossiga na missão.
    Michel

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